A mulher moderna vem se perdendo
em seus papeis femininos. Não estou falando do estereótipo, pois nesse quesito
estamos muito bem colocadas, temos uma aparência feminina, nos vestimos bem,
nos cuidamos e temos gestuais bem femininos e até charmosos, mas em essência
nunca estivemos tão masculinizadas. Isso tudo porque queremos nos igualar ao
homem no que diz respeito às emoções.
Queremos ser mais práticas, mais racionais, mais focadas e menos sensíveis, porém, isso não é ser mulher em essência. Quando as feministas jogaram a isca sobre direitos iguais, o mundo começou a nos cobrar emoções iguais e foi aí que nos perdemos.
Queremos ser mais práticas, mais racionais, mais focadas e menos sensíveis, porém, isso não é ser mulher em essência. Quando as feministas jogaram a isca sobre direitos iguais, o mundo começou a nos cobrar emoções iguais e foi aí que nos perdemos.
Nós nos perdemos de nossa
essência feminina e começamos a achar difícil ser mulher. Começamos a nos
incomodar em aceitar nosso papel de cuidadora, de equilibradora, de geradora de
vida e de sensibilidade. A sociedade e as revoluções sociais nos fizeram
acreditar que as características femininas essenciais de delicadeza e
emotividade são demonstrações de fraqueza e fragilidade. Nós passamos a acreditando
nisso e por causa do mercado de trabalho e da competição no mundo capitalista
fomos reprimindo essas características em nós.
Muitas de nós fazemos questão de
competir de igual pra igual e nos sentimos vitoriosas em “ganhar”. Outras de
nós não competimos, mas fazemos um esforço danado para reprimir as emoções e
não demonstrar fraqueza.
Com esses comportamentos ganhamos
respeito profissional e vidas vazias, relacionamentos amorosos competitivos,
ciclos menstruais terríveis (já que temos dificuldades até em aceitar o ápice
que caracteriza a mulher) e ganhamos confusões emocionais em relação ao nosso
papel na vida.
Não estou dizendo que temos que
abandonar tudo e voltarmos a ficar trancadas em casa como figuras passivas e
sem direitos e desejos. Mas precisamos parar e prestar atenção ao caminho que
estamos tomando em relação ao nosso papel feminino na vida.
Não é fácil fazer esse caminho de
volta e redescobrirmos nosso mundo feminino. Eu decidi fazer essa caminhada
quando tomei contato com esses conhecimentos e tenho acompanhado muitas mulheres
nessa caminhada. Não é fácil por causa da cobrança social, por causa de nossa
autocobrança e até mesmo porque não aceitamos muitas características da
feminilidade. Mas é gratificante e você descobre que pode fazer tudo o que você
já faz, porém, conectada com a sua porção mulher, com sua essência feminina e
tudo flui e fica mais fácil e mais bonito.
Se continuarmos a negar isso em
nós, se continuarmos a fugir de nossa essência, podemos adoecer no corpo e na
mente. Algumas doenças femininas vêm aumentando cada vez mais como um alerta a
sinalizar que algo não está indo bem.
Não consigo dizer a vocês nesse
pequeno espaço e nessa pequena conversa sobre tudo o que podemos fazer para
retomar isso, mas algumas dicas podem ajudar:
- Aceitar os ciclos da vida,
aceitar aquilo que não está em nosso controle com tranquilidade. Isso
significa, por exemplo, aceitar que nosso corpo muda, que as pessoas não estão
no nosso controle e que muitas coisas acontecem a despeito da nossa vontade.
Uma boa dica nesse caso é parar e se perguntar: Essa situação está no meu
controle? Posso fazer algo a respeito? Se a resposta for não, procure ficar em
paz e deixar os acontecimentos tomarem seu rumo até o momento que você possa
entrar em cena novamente.
- Aceitar que não temos um
sistema emocional linear e que assim como nossos hormônios temos variações
emocionais durante o mês. O que fazemos tranquilamente numa semana pode ser
muito difícil e pesado em outra semana. Isso significa que precisamos parar e
prestarmos atenção em nosso corpo, em nossa disposição e em nossa energia.
Pergunte-se: Como estou hoje? O que está me irritando? O que está me chateando?
Estou cansada? As respostas a essas perguntas podem te levar a se conhecer
melhor e pode te ajudar a se respeitar nas dificuldades que você perceber.
- Aceitar que temos um papel na
vida e nas relações diferentes dos homens, facilita e nos ajuda a nos relacionarmos
de forma mais saudável. Nosso papel nas relações é apaziguador, é ser
cuidadora, é integrar pessoas e coisas. O mundo tem nos ensinado a sermos
individualistas e isso tem nos afastado dessas importantes características
femininas.
- Precisamos entender que nós
brigamos por direitos iguais para gêneros diferentes e aí está um dos nossos
grandes erros. Quando as feministas começaram a se movimentar em busca da
libertação da mulher, elas foram extremamente guerreiras, foram corajosas e
demonstraram força. Porém, elas ou o mundo (não sei dizer de quem foi
exatamente a falha) esqueceram que temos direitos iguais sim, mas somos diferentes
em gêneros. Horário de trabalho, licença maternidade e TPM são coisas que
somente agora tem sido revistas e mesmo assim, com muitas reservas ainda. Somos
diferentes sim e precisamos aceitar que temos necessidades diferentes.
Essas são algumas pequenas dicas
e que vão despertar dúvidas e questionamentos com certeza, mas minha intenção é
essa mesma, deixá-las incomodadas. Para escrever tudo a que se refere a isso
teria que escrever um livro, pois, são muitos toques e dicas do dia-a-dia para
experimentarmos.
O incomodo é o primeiro passo
para ficarmos curiosas com alguma coisa, então busquem, fucem e troquem
informações. A internet está cheia de sites, blogs e artigos falando sobre
isso. Conheço muitas mulheres fazendo o trabalho do resgate do feminino, eu sou
uma delas, mas existem muitas mulheres que já se despertaram e estão ajudando
outras a fazerem o mesmo.
O Importante, mulher amiga, é
você voltar pra sua casa, sua essência e descobrir a melhor forma de se
expressar no mundo. Se sua expressão do feminino for a arte, então pinte,
dance, cante. Se for brigar por uma sociedade melhor, então brigue com ternura
e sensibilidade sem bater na mesa. Se for ser uma empresaria de sucesso, então
seja uma empresaria que chore, ri e brinca no trabalho. Se for ser mãe e
esposa, então seja cuidadora sem se sentir desvalorizada por isso.
Isso é um convite, só um convite,
de alguém que constantemente exercita essa volta pra casa e que se sente muito
feliz e realizada por isso.
Estou escrevendo esse artigo com
meu filhote brincando nos meus pés e às vezes sentando no meu colo, me dando
beijos e me chamando para me mostra alguma arte. Eu jamais seria capaz de fazer
isso com paciência antes da minha volta pra casa.
Fico por aqui e desejo que cada
mulher que ler esse pequeno artigo possa se sentir tocada, que no mínimo fique
curiosa com o assunto, isso já me deixará satisfeita em meu papel feminino de
ajudar no resgate de outras mulheres.
Abraço e beijos carregados de energia feminina
Abraço e beijos carregados de energia feminina
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